quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ebola, a epidemia dos continentes





Neste ano, 2014, nos deparamos com vários casos graves de uma doença, até então “desconhecida”, que ninguém sabe de onde veio, como apareceu e porque ainda não tem cura. A Ebola, vem causando pânico em muitos continentes por ser uma doença altamente mortal, com uma margem de sobrevivência de 10% das pessoas que a contraem. Visto que em alguns países aconteceram surtos epidêmicos do vírus Ebola, alarma todo o mundo, causando muitas restrições em viagens internacionais, por um motivo de saúde nacional. Mas, você sabe o que é Ebola? O que ela faz? Quais são seus sintomas e tratamentos?

O que é, Ebola?

Ebola, é uma febre grave do tipo hemorrágica, causada por um vírus do gênero Filovírus, muito infeccioso que desenvolve seu ciclo em animais. Foram encontrados cinco espécies diferentes desse vírus, que recebem o nome do local onde foram identificados, Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi encontrado em humanos.

A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ebola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre 25% e 90%, dependendo da cepa. Embora os morcegos sejam o foco principal de hospedeiro, o vírus já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes, porcos e em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre pelo contato com sangue e fluídos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes.

Surtos dessa doença atingiram países da África em 1995, 2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e Libéria e já há casos confirmados na Nigéria e algumas suspeitas no Brasil e Estados Unidos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) determinou estado de “emergência sanitária mundial” com o objetivo de conter o vírus e barrar surto de Ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.

Como é transmitida?

O vírus é transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais. Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de equipamentos de proteção apropriados para a área da saúde e principalmente em epidemias como essa. Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical. Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.

Diagnóstico. Como identificar?

O período de incubação do vírus, dura de 2 a 21 dias. Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro. Febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, são os primeiros sinais que aparecem depois de cinco a dez dias do início das infecção pelo vírus. Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem. Náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e perda de consciência constante. Uma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada pelo vírus Ebola é que, no início dos sintomas, podem ser confundidos com os de doenças comuns como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento do histórico do paciente, se esteve exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos (Elisa IgM, PCR) e o isolamento viral são fundamentais para determinar a causa e o agente da infecção. Diante da possibilidade de uma pessoa ter entrado em contato com o vírus, ela deve ser mantida em isolamento e os serviços de saúde obrigatoriamente notificados.

Tratamento. Tem cura?

Não existe tratamento específico para combater o vírus Ebola, que pode infectar adultos e crianças. Não existe também uma vacina contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais. O único recurso terapêutico contra a infecção causada pela Ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir. No Brasil, existem dois centros de referência preparados para tratar pacientes infectados pelo vírus ebola, o Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Mas, com tantas restrições, e dúvidas que ainda pairam sobre a doença, é melhor intervir com prevenções básicas, para que esse vírus não continue ploriferando em meio a nós. Quantos mais há prevenções dessa doença, menos casos ocorreram pelo mundo. É preciso de uma conscientização universal, para que não ocorra como o HIV, entre outras doenças que são levadas de país à país, sem o menor pudor das pessoas, como se doenças altamente mortais não fossem um problema além do próprio umbigo.
Fique atento às seguintes recomendações:
1       
     Só coma alimentos de lugares conhecidos;
Lave as mãos com frequência, com água e sabão;
Procure não frequentar lugares que facilitem o contato com o vírus Ebola;
Evite contato direto com pessoas já infectadas com o vírus. Quanto mais avançada fica a doença, mais fácil se torna o contágio;
Corpos de pessoas doentes mesmo após a morte, ainda continua oferecendo perigo de contágio com o vírus;
Não só os agentes de saúde, mas todas as pessoas que precisam aproximar-se de pacientes com caso confirmado de ebola ou suspeita da doença são obrigadas a usar um equipamento de proteção que cobre o corpo da cabeça aos pés e que deve ser retirado com todo o cuidado para evitar contaminação;
O fim de um surto de Ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.




Por: J. A. Pirangelo

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