Neste ano, 2014, nos deparamos com vários casos graves de
uma doença, até então “desconhecida”, que ninguém sabe de onde veio, como
apareceu e porque ainda não tem cura. A Ebola, vem causando pânico em muitos
continentes por ser uma doença altamente mortal, com uma margem de
sobrevivência de 10% das pessoas que a contraem. Visto que em alguns países
aconteceram surtos epidêmicos do vírus Ebola, alarma todo o mundo, causando muitas
restrições em viagens internacionais, por um motivo de saúde nacional. Mas,
você sabe o que é Ebola? O que ela faz? Quais são seus sintomas e tratamentos?
O que é, Ebola?
Ebola, é uma febre grave do tipo hemorrágica, causada por um
vírus do gênero Filovírus, muito
infeccioso que desenvolve seu ciclo em animais. Foram encontrados cinco espécies
diferentes desse vírus, que recebem o nome do local onde foram identificados, Zaire,
Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi
encontrado em humanos.
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em
Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região
situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. Morcegos frutívoros são
considerados os hospedeiros naturais do vírus Ebola. A taxa de fatalidade do
vírus varia entre 25% e 90%, dependendo da cepa. Embora os morcegos sejam o foco
principal de hospedeiro, o vírus já foi encontrado em gorilas, chimpanzés,
antílopes, porcos e em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a
hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos
ocorre pelo contato com sangue e fluídos corporais, como sêmen, saliva,
lágrimas, suor, urina e fezes.
Surtos dessa doença atingiram países da África em 1995,
2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e
Libéria e já há casos confirmados na Nigéria e algumas suspeitas no Brasil e Estados
Unidos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) determinou estado de “emergência
sanitária mundial” com o objetivo de conter o vírus e barrar surto de Ebola, o
maior de que se tem conhecimento até agora.
Como é transmitida?
O vírus é transmitido por meio do contato com sangue,
secreções ou outros fluídos corporais. Agentes de saúde frequentemente são
infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao
contato sem o uso de equipamentos de proteção apropriados para a área da saúde
e principalmente em epidemias como essa. Em algumas áreas da África, a infecção
foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos
frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados
encontrados mortos ou doentes na floresta tropical. Enterros onde as pessoas
têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a
transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a
recuperação clínica.
Diagnóstico. Como identificar?
O período de incubação do vírus, dura de 2 a 21 dias. Os sinais
e sintomas variam de um paciente para outro. Febre, dor de cabeça muito forte,
fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, são os primeiros sinais que
aparecem depois de cinco a dez dias do início das infecção pelo vírus. Com o
agravamento do quadro, outros sintomas aparecem. Náuseas, vômitos e diarreia
(com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor
no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática. No estágio final da
doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramento pelos olhos,
ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e perda de consciência constante. Uma
das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada
pelo vírus Ebola é que, no início dos sintomas, podem ser confundidos com os de
doenças comuns como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento
do histórico do paciente, se esteve exposto a situações de risco e o resultado
de testes sorológicos (Elisa IgM, PCR) e o isolamento viral são fundamentais
para determinar a causa e o agente da infecção. Diante da possibilidade de uma
pessoa ter entrado em contato com o vírus, ela deve ser mantida em isolamento e
os serviços de saúde obrigatoriamente notificados.
Tratamento. Tem cura?
Não existe tratamento específico para combater o vírus
Ebola, que pode infectar adultos e crianças. Não existe também uma vacina
contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e
porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais. O único
recurso terapêutico contra a infecção causada pela Ebola é oferecer medidas de
suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da
pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das
complicações infecciosas que possam surgir. No Brasil, existem dois centros de
referência preparados para tratar pacientes infectados pelo vírus ebola, o
Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Mas, com tantas restrições, e dúvidas que ainda pairam sobre
a doença, é melhor intervir com prevenções básicas, para que esse vírus não
continue ploriferando em meio a nós. Quantos mais há prevenções dessa doença,
menos casos ocorreram pelo mundo. É preciso de uma conscientização universal,
para que não ocorra como o HIV, entre outras doenças que são levadas de país à
país, sem o menor pudor das pessoas, como se doenças altamente mortais não
fossem um problema além do próprio umbigo.
Fique atento às seguintes recomendações:
1
Só coma
alimentos de lugares conhecidos;
Lave as mãos
com frequência, com água e sabão;
Procure não
frequentar lugares que facilitem o contato com o vírus Ebola;
Evite contato
direto com pessoas já infectadas com o vírus. Quanto mais avançada fica a
doença, mais fácil se torna o contágio;
Corpos de
pessoas doentes mesmo após a morte, ainda continua oferecendo perigo de
contágio com o vírus;
Não só os
agentes de saúde, mas todas as pessoas que precisam aproximar-se de pacientes
com caso confirmado de ebola ou suspeita da doença são obrigadas a usar um
equipamento de proteção que cobre o corpo da cabeça aos pés e que deve ser
retirado com todo o cuidado para evitar contaminação;
O fim de um surto de Ebola apenas é declarado
oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.
Por: J. A.
Pirangelo
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