terça-feira, 5 de agosto de 2014

A escassez da abundância


01/07/14



A água é o recurso natural mais abundante do planeta. De maneira quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta. Além de matar a sede, a água está nos alimentos, nas roupas, nos carros - em qualquer smartphone que tenhas pelo mundo. Mas o recurso mais fundamental para a sobrevivência dos seres humanos enfrenta uma crise de abastecimento. Estima-se que cerca de 40% da população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água por habitante, limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse caso, a falta de água é frequente — e, para piorar, a perspectiva para o futuro é de maior escassez. De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos.

A diminuição da água no mundo é constante. Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é tarde para agir. Das dez bacias hidrográficas mais densa-mente povoadas do mundo, grupo que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis. Se nada mudar nas próximas décadas, cerca de 45% de toda a riqueza global será produzida em regiões sujeitas ao estresse hídrico. Seria possível uma guerra por água? Ou isso ainda está longe de acontecer? Cada vez mais, vemos a água se tornando na febre do petróleo que um dia já presenciamos nesse mundo.

Falar da escassez pelo mundo pode até parecer confortável, mas temos que lembrar que ela também ocorre em nosso país, em nosso estado, em nossa cidade. No Brasil, temos conhecimento das secas que assombram o nordeste, mas desconhecemos a falta de àgua que constantemente vem ocorrendo nas cidades do interior das grandes metrópolis e até mesmo nas matrópolis. É preciso interar-se do assunto e previnir-se das alarmantes faltas de água que já fazem parte de nossso dia-a-dia. Quanto mais se economiza em seu consumo desnecessário, por mais tempo garantimos nosso líquido vital. Se a séculos atrás dizia-se que a água jamais poderia ser extinta da Terra, hoje nos deparamos com a triste profecia se decompondo dia após dia.

Por: J.A. Pirangelo


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário